Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE METABÓLITOS POSITIVOS DE COCAÍNA EM RECÉM-NASCIDOS EM UM CENTRO HOSPITALAR.

Fundamentação/Introdução

Introdução: O uso do cloridrato de cocaína como droga recreativa no país tem um histórico de várias décadas, mas é no início do século XXI, com a introdução de um novo derivado, a pasta base de cocaína, que se observa um aumento notável do uso dessa substância durante a gravidez. A cocaína, ao atravessar a placenta, produz efeitos simpaticomiméticos no feto, como aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, tremores e convulsões e síndrome de abstinência neonatal caracterizada por hipertonia, irritabilidade e problemas de sucção e alimentação. A detecção darecém-nascidos por cocaína no recém-nascido (RN) permite a implementação de cuidados especializados, estratégias de apoio à família e acompanhamento pediátrico, minimizando os riscos e melhorando os resultados de saúde neonatal em longo prazo.

Objetivos

O objetivo deste estudo é determinar a prevalência de resultados positivos de triagem para cocaína e/ou seus metabólitos em recém-nascidos atendidos em um hospital pediátrico, entre 2017 e 2023.

Delineamento e Métodos

Metodologia: Este é um estudo observacional, descritivo e transversal. A amostra corresponde aos resultados de 698 recém-nascidos que realizaram o teste de triagem urinária de drogas solicitado no contexto clínico de suspeita de síndrome de abstinência. Os kits comerciais utilizados foram TRIAGE by ALERE® (fluoroimunoensaio) e ABON® (imunocromatografia), para a detecção qualitativa do metabólito da cocaína benzoilecgonina em amostras urinárias, com um ponto de corte de 150 ng/mL. Os dados foram obtidos com o software MODULAB 2.0 e processados com o EXCEL.

Resultados

Resultados: Foram obtidos resultados de 698 RNs em seus primeiros 30 dias de vida. Desses, 243 foram positivos para cocaína ou seus metabólitos. Isso corresponde a 35% dos pacientes aos quais foi solicitada a triagem de drogas na urina. Desses, 1,7% foram examinados por suspeita de síndromes associadas ao abuso de substâncias e 0,6% foram positivos para metabólitos de cocaína. A avaliação separada por ano mostra uma prevalência relativa ao total de nascimentos em cada ano, variando de 0,92% em 2017 a 0,43% em 2023.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão: A presença de cocaína ou de seus metabólitos, um produto do uso materno anterior, foi detectada em 35% dos recém-nascidos estudados, correspondendo a 0,6% dos nascimentos durante o período.

Palavras Chave

Triagem para cocaína, Recém-nascidos

Arquivos

Área

TEMA LIVRE

Autores

CARINA RIOS, MARIELLA LUPPI, PEDRO CLADERA