Dados do Trabalho


Título

ATIVIDADE ANTITUMORAL IN VIVO DA IVERMECTINA NANOENCAPSULADA EM MODELO DE GLIOMA

Fundamentação/Introdução

O glioblastoma é um dos tumores mais agressivos e desafiadores na neuro-oncologia, principalmente devido a resistência a fármacos e à barreira hematoencefálica. A ivermectina (IVM), um antiparasitário versátil, tem demonstrado potencial antitumoral ao inibir a proliferação de células de glioma. No entanto, sua aplicação clínica é limitada por sua baixa solubilidade e biodisponibilidade oral. Para superar esses obstáculos, a utilização de sistemas de liberação de fármacos e a administração intranasal surgem como estratégias promissoras para melhorar a entrega da IVM ao cérebro, aumentando sua eficácia antitumoral.

Objetivos

Avaliar a eficácia antitumoral de nanocápsulas contendo IVM administradas por via intranasal em um modelo de glioma.

Delineamento e Métodos

Nanocápsulas de poli(ɛ-caprolactona) contendo IVM (NC-IVM) foram produzidas pelo método de deposição interfacial de polímero pré-formado. O modelo de glioma foi induzido em ratos Wistar adultos com a implantação de células C6 no estriado cerebral. Após 7 dias da implantação, os animais receberam tratamento intranasal por 10 dias consecutivos, com as seguintes formulações: NC-IVM, NC-BR (nanocápsulas sem fármaco), IVM livre (solução) e grupo controle (DMSO 5% em solução salina), utilizando uma dose de fármaco de 60 µg/rato/dia. No 18º dia, os animais foram eutanasiados e o cérebro foi removido para análise do tamanho e das características histopatológicas dos tumores, utilizando coloração padrão de Hematoxilina e Eosina (H&E).

Resultados

As NC-IVM apresentaram um tamanho de 220 nm com distribuição unimodal e alta eficiência de encapsulamento (100% a 1 mg/mL). O tratamento com NC-IVM resultou em uma redução do volume tumoral de 70% (79 mm³) em comparação ao grupo controle (254 mm³) e NC-BR (277 mm³); enquanto IVM livre (311 mm³) não demonstrou redução significativa. Além disso, as NC-IVM diminuíram a incidência de edema peritumoral e proliferação vascular, características histopatológicas associadas aos glioblastomas. Não foram observadas alterações bioquímicas ou hematológicas, indicando que a dose administrada foi bem tolerada pelos animais.

Conclusões/Considerações Finais

As nanocápsulas poliméricas garantiram a entrega direcionada de IVM ao cérebro e sua eficácia antitumoral, destacando o potencial dos nanossistemas como uma abordagem inovadora e promissora no tratamento do glioblastoma, com viabilidade clínica.

Palavras Chave

câncer; glioblastoma; nanocápsulas; reposicionamento

Arquivos

Área

TEMA LIVRE

Autores

MAIARA CALLEGARO VELHO, VALERIA LUIZA WINCK, JULIETE NATHALI SCHOLL, FERNANDA VISIOLI, RUY CARLOS RUVER BECK